Foi em Maio que ele começou a escrever poemas pensando nela.
Muitas luas cresceram, encheram, minguaram enquanto
As palavras lhe visitavam
e ele as registrava com esperança.
Enquanto oceanos e desertos os separavam.
Até que chegaram os luares de Setembro...
Sedentos, escreveram até de madrugada, poemas nos corpos
Um do outro.
Ele procurava a curva do seio mais bonita,
Para continuar o poema que começara nas coxas da amada.
Depois,
Lânguida, entre um clímax e outro,
Rabiscava nele,
Poemas de encanto.
Com uma orquídea vermelha nos cabelos,
Ela sorria.
Sorria porque sentia-se livre,
porque ele a queria,
Entre tantas que conhecia.
No anseio,
Do incendeio,
Ele mergulhou na baia mais calma,
E profunda,
De lá, tirou energia
Para navegar em todos os mares.
E se entregou...
Para isto, apenas sentiu...
Sentiu o turbilhão dos poemas que viriam,
A paz e a calma dos amores amados.
E dos momentos eternizados.
Sentiu que a merecia
E beijou a flor que depositara nos cabelos da amada minutos antes.