sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Diferente

Desvirei um besouro,
Que se debatia ao sol, de pernas pro ar;
Desliguei o som para ouvir melhor
Os ruídos ao redor da casa...
Um sapo martelo martelava,  próximo ao lago,
Martelou até cansar...
Um casal de garças sobrevoou e pousou à frente na estaca da cerca
A caseira chama o marido de amor
O homem quer encher o sonho de porrada
Quer bater na cara do sonho que não encontrou.

Que sonhos ele sonhou?
Que sonhos pensei que ele teria sonhado?

Ah! Não importa mais os sonhos dos outros
Quero sonhar os meus
Ando mesmo mudada...
Observo a tudo,
E nada me entristece
Nem mãos ressecadas de velha
Nem pés quebrados na estrada...
É que fiquei exposta ao sol.
Até que a água que corria
Resolveu morrer.
Depois, decidiu e renasceu
Escorreu da seiva da árvore.
Tal qual eu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário