sábado, 14 de abril de 2012

A palavra

A palavra é esfinge
É elo de corrente que solta
E que prende,
Depende, de quem a veste.
Depende, de quem a sente.
É horizonte, é cardume, é alcateia.
É colmeia.

A palavra é bailinho de criança.
Uns a usam como recurso,
Outros, como máscara ou escudo.
A palavra é detentora de hiatos, ditongos,
Tritongos e tesouros
Com ela, vou indo;
Cruzo a Finlândia, dirigindo
Sem saber onde parar
Sem saber a linguagem que querem me explicar
A palavra é o sol da meia noite,
É amor,
É açoite.

É sorvete que escorre,
É concerto, é sonata, é cantata,
Escrita, falada ou cantada,
Ela te seduz.

A palavra lambe-te,
Beija-te,
Escorre-te,
Engana-te,
Abençoa-te e acaricia-te,
Na solidão de noite fria.

Por isto, digo-te:
Fica com a palavra.

Ela te dará alegrias
Te fará companhia,
E te falará mais de amor,
Do que o próprio amor.
E te apontará a luz
De um novo dia.

Silvana Pimentel Batista

Nenhum comentário:

Postar um comentário