domingo, 13 de fevereiro de 2011


Nem

Silvana Pimentel Batista

A esteira marcava
Meus próprios passos na areia
Eu lia as Cartas a um jovem poeta, do Rilke;
Celine Dion começou a cantar no rádio: 
We don’t say goodbye, we don’t say goodbye,
Que me lembrou alguém querido.

Eu a ouvia,
Enquanto caminhava.
Era em mim mesma que eu pensava?
Naquilo que não foi... e poderia ter sido?

Minha amiga falou que estou obinubilada,
Se este palavrão quiser dizer que
Vendados estão meus olhos...
Não encontrara ela melhor palavra...

Penso
E não sei nem de mim...
No mural, facetas diversas,
Da mesma musa.
Observo dezenas de Mona-lisas travestidas
Com seus rostos diversos, cabelo de Bombril,
Fantasia de Branca de Neve,
Boina de terrorista,
Um Poodle com rosto da Mona,
Estilo Super Star de Hollywood; ou
A diva se transformando em cavalo.

No espelho facetado,
Fragmentos de reflexos pessoais,
Interrogo-me.
Qual delas sou eu?
Sou todas. Sou nenhuma.
Eu não sei nem de mim...

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