terça-feira, 19 de outubro de 2010

Desejo de flor

Por Silvana Pimentel Batista

Minhas mãos tornaram-se rosas.
Rosas vermelhas.
E o vidro espatifado cortou a rosa da mulher que recebeu a mão.
Fico observando você,
Tal mãe na frente do mar,
Esperando o retorno do filho pescador.

Por que os filhos insistem em pescar um pouco mais?
Por que deixam as mães esperando no cais, enquanto escavam as profundezas do vulcão molhado?
Em busca de tesouros que estragam de um dia para o outro?

Queria algo duradouro,
Como um pássaro.
Desejo de voar...
Planar solta
Nas profundezas da alma
E, quando pousar,
Que seja em você.

Rosa rendada na mesa,
Pássaro num quadro na parede,
Eu, pousante.
Ele, pousada. 

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